Educar na Primeira Infância

A Primeira Infância é a fase de maior desenvolvimento do ser humano, quer a nível cognitivo quer físico, social e motor.

Até os 3 anos de idade o cérebro está em formação e quanto maior a diversidade de experiências e vivências que a criança possa experimentar, melhor e mais significativa será a sua aprendizagem.

Muitos pensam que os bebés não compreendem nada do que dizemos, transmitimos ou proporcionamos, mas estão redondamente enganados. As crianças, desde bebés, participam ativamente face aos estímulos que recebem. Os bebés devem ser encarados como pequenos aprendizes.

É necessário que estejamos conscientes de que uma estimulação adequada nestas idades irá permitir uma melhor aprendizagem no futuro.

Os seis primeiros anos de vida são os mais importantes no crescimento e desenvolvimento cognitivo, social e intelectual da criança.

Durante a primeira infância a aprendizagem ocorre de uma forma muito rápida, as crianças absorvem todo o tipo de informações, emoções e experiências a que são expostas. Por esse motivo, mesmo que ela não compreenda tudo a 100%, os sentimentos e palavras ali inseridos serão incorporados. Quando a criança está num ambiente de brigas constantes, falta de estímulos ou em condições de extrema pobreza e desnutrição, esses factores culminarão na absorção somente de estímulos negativos, o que prejudica o desenvolvimento cognitivo e social.

Nesse sentido devemos estar conscientes de que as brincadeiras são de extrema importância para a realização de conexões de neurónios, desenvolvimento da cognição, aprendizagem e interação social. A criança que brinca constantemente, consegue aprender a responder aos estímulos de forma cada vez mais rápida e eficaz.

Os pais que não têm tempo ou julgam que essas atividades não têm importância não estão a contribuir para um desenvolvimento saudável das estruturas cerebrais, cognitivas, intelectuais e sociais dos seus filhos.

Num primeiro momento este desinvestimento na educação pode parecer não ter qualquer influência no dia a dia da criança, mas é na entrada para a escola que se começam a denotar os primeiros sinais de que algo poderá não estar bem...contudo por essa altura é impossível retroceder no tempo e os desafios serão nessa altura bem maiores.

É na primeira infância que o cérebro da criança está a todo o vapor e é neste período que se formam e expandem as estruturas cerebrais. O cérebro dos pequenos é moldado a partir das experiências e do ambiente em que vivem.

“Boas experiências iniciais promovem o bom desenvolvimento do cérebro da criança. Quanto mais o cérebro trabalha, maior a sua capacidade de trabalhar. Quando a criança brinca, o seu cérebro trabalha muito”, refere a UNICEF.

Seja em brincadeiras, conversas ou na observação do meio, a criança é exposta às mais diversas regras sociais e ela consegue absorvê-las, mesmo que não consiga colocá-las em prática dependendo da idade. Ser um bom exemplo é o primeiro passo para criar a consciência de que as regras existem. O próximo passo é ensinar e praticar atitudes durante a rotina para que a criança internalize essas novas regras. As brincadeiras são ótimas fontes de aprendizagem, e aprender regras através delas pode deixar tudo mais divertido e mais compreensível para elas.

A predisposição a traumas, problemas psicológicos, transtornos e outros problemas psicológicos estão muitas vezes relacionados com os primeiros anos de vida. Ou seja, quanto mais estímulos positivos a criança receber, mais resultados positivos ela irá colher ao longo da vida, o que a fará tornar um adulto mais consciente e inteligente emocionalmente.